24 março, 2008

A Neto no instante de dor

Com a tristeza de quem conviveu, durante quatro anos de faculdade, com essa figura que é Ferreira Neto, um daqueles colegas que a gente sente muito em perder a convivência, soubemos da lamentável morte de seu pai, seu José Ferreira.

Nessas horas, buscamos palavras de conforto e alento a expressar, mas não as encontramos. O que dizer em instante de tão terrível dor? Existem palavras que possam gerar algum alívio, ante uma perda tão repentina? Se há, dificilmente encontramos. Quando estamos próximos, ao menos podemos oferecer nossa presença, nosso ombro, nosso abraço, mas nem isso foi-nos possível.... E a gente quer dizer alguma coisa. Mas o que?

Não conheci seu José Ferreira, mas, pelas fotos, pelo filho – seu retrato talvez ainda mais nítido – dá para imaginar ter sido um desses homens simples, humildes, com uma história de luta e as mãos marcadas pelos calos. Um desses autênticos nordestinos, cabras-machos, de aparência às vezes rude, mas coração mole, quebrantado....

Nosso amigo Neto é a prova do pai que foi seu José. E, de certo, um filho que o trouxe alegrias e orgulho.

Neto, nesse instante de perda, lembre-se que a gente só perde aquilo que tem. E, num mundo de pais ausentes, irresponsáveis, distantes, pais que não sabem o que significa ser pai, você teve um grande pai! Isso, aliás, amigo, você jamais vai perder. Isso permanece eternamente.

Nossa dor pela sua dor; nosso abraço distante, porém sincero.
Em nome de seus colegas e amigos.

Lenildo Ferreira
blog do Lenildo

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