04 abril, 2008

Pernambuco amarga o penúltimo lugar de desenvolvimento juvenil há oito anos

Pernambuco é o segundo colocado nas estatísticas de jovens em situação de risco no País. Só perde para Alagoas. Esses dados revelam que o estado está na mesma posição há oito anos.
Pelas principais avenidas da Região Metropolitana do Recife, a cena de crianças, jovens e adolescentes limpando os vidros dos carros nos sinais de trânsito se repete. Eles estão fora da escola. Outros nunca tiveram carteira assinada, nem renda fixa e não têm acesso a serviços de saúde de qualidade.
“Quando fico doente, procuro o posto de saúde público porque eu não tenho condições de fazer estas coisas. Eu chego aqui às 7h da manhã e fico até às 9h da note para ganhar o pão de cada dia”, diz o lavador de carro Jeimilson Bezerra.
Já o Claudemir Araújo conta que seu sonho é ter a carteira de trabalho assinada. “Meu sonho era esse: arrumar um trabalho pra limpar o canal de carteira assinada. Já trabalhei um ano só e sai”, lamenta.
Em fevereiro de 2008, o Bom Dia Pernambuco mostrou outra situação comum: meninos e meninas, que longe de casa e da sala de aula, vivem de pedir esmolas. Situação de risco que leva muitos ao uso de drogas. A mais consumida dela - cola de sapateiro - é utilizada à luz do dia, livremente. Um vício que abre o caminho para o uso de outros tipos de entorpecentes.
Pernambuco tem um milhão e meio de jovens com idades entre 15 e 24 anos. Desse total, 20%, ou seja, aproximadamente, 300 mil pessoas não trabalham, nem estudam. Esses números deixam o estado no penúltimo lugar no Índice de Desenvolvimento Juvenil no Brasil, de acordo com a pesquisa foi realizada pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana e o Instituto Sangari.
O pesquisador Júlio Jacobo coordenou o estudo. De acordo com ele, é o acesso à saúde, educação e renda que define a classificação final e Pernambuco ocupa a mesma posição desde o primeiro levantamento, há oito anos.
“Pernambuco permaneceu estagnado, apesar de está avançando em indicadores, como o analfabetismo juvenil que está caindo. No entanto, outros estados também avançam. Pernambuco, que deveria ter avançado em maior velocidade porque estava nos últimos lugares do índice de desenvolvimento juvenil, avançou mais ou menos no mesmo ritmo dos outros”, explicou o pesquisador.
pe 360°

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