30 novembro, 2006

Bruno Bezerra lança Versos Sarcásticos

Versos Sarcásticos

Dedicado à diarréica memória da

52ª legislatura da Câmara dos Deputados

(www.livrariacultura.com.br)

LIVRO DE ESCRITOR PERNAMBUCANO CELEBRA O FIM DA PIOR LEGISLATURA DO PARLAMENTO BRASILEIRO

Pernambucano Bruno Bezerra lança livro no próximo dia 14, na Livraria Arraial, no Recife

A 52ª. legislatura da Câmara dos Deputados, considerada pelo próprio presidente do Conselho de Ética da Casa, deputado Ricardo Izar (PTB/SP) como a pior da história do parlamento brasileiro, virou mote para o escritor pernambucano, Bruno Bezerra, destilar toda sua ironia em Versos Sarcásticos – dedicado à diarréica memória da 52ª legislatura da Câmara dos Deputados, uma sátira política dos principais escândalos do Parlamento brasileiro, lançado com selo da editora paulista Edições Inteligentes. Tão irônico quanto os versos, o prefácio do jornalista Heródoto Barbeiro, comentarista político da Rádio CBN, e as charges do cartunista Samuca, completam a edição que traduz a indignação do cidadão brasileiro, decepcionado com a imensa pizzaria que se tornou o Congresso Nacional! “Nosso país vai melhorar no dia em que tivermos mais versos sarcásticos nos livros, nas feiras, cantados por repentistas, nos pagodes, nas rodas de samba e de bamba, nos jogos de capoeira, nas modas de viola, nos cateretês e nos bois-bumbá”, diz Barbeiro, não surpreso com a indignação poética de Bruno Bezerra, empresário em Santa Cruz do Capibaribe, agreste de Pernambuco.

Vale lembrar os escândalos que envolveram, inclusive, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP/PE), o ex-ministro Humberto Costa (PT/PE), e os ex-deputados Pedro Corrêa (PP/PE), Roberto Jeferson (PTB/RJ) e Ângela Guadagnin (PT/SP) entre outros que transformaram em ópera bufa e em dança da pizza as mazelas da corrupção parlamentar, tendo como coadjuvantes muitos. Não faltaram representantes, das mais variadas cores e tendências partidárias – infelizmente. Mas o que deu pra chorar também dá pra rir e é isso que vai acontecer no lançamento de Versos Sarcásticos, no próximo dia 14 de dezembro, na Livraria Arraial, no Recife.

Para lembrar alguns dos escândalos:

- Mensalão

- Máfia das sanguessugas e vampiros

- Ambulâncias superfaturadas

- Dinheiro da cueca

- Dossiê

- Presidente da Câmara cobrando propina do restaurante

- A Dança da pizza no plenário

Apresentação

Quando o assunto é o Parlamento, a amnésia política do povo brasileiro é algo preocupante. A presente obra foi escrita com o intuito de contribuir, de maneira sarcástica e bem-humorada, para o registro histórico e literário da imundície que reinou no Congresso Nacional, em especial na Câmara dos Deputados em sua 52ª legislatura (de 2003 a 2007). Quando várias laranjas podres colocaram a perder o pomar, até então com jeito de cenário da democracia.

A perda parcial ou total da memória política é tão preocupante quanto a perda da capacidade de se indignar. A indignação é um sentimento fundamental para o ser humano. É um impulso forte que nos coloca contra aquilo que nos ofende ou fere. E a corrupção tem sido essa atrevida ofensa, essa sempre aberta e latejante ferida. A corrupção tem sido um dos principais cânceres da sociedade brasileira, tem sido o terrorismo covarde que assola o Brasil, tem agredido até a nossa gramática, onde a palavra pizza virou sinônimo de impunidade, mensalão é também propina, e sanguessuga e vampiro, agora do corrupto são mui amigos.

Versos Sarcásticos é um livro apimentado, de linguagem simples, divertida e objetiva, que expressa boa parte do sentimento dos brasileiros e brasileiras de boa-fé para com a classe parlamentar verde e amarela, no início do século XXI. Todos estes versos e ilustrações seriam ainda mais cômicos, se não fossem frutos de uma história verdadeiramente trágica. Boa leitura, diversão e reflexão.
O autor

Prefácio
INDIGNAÇÃO CIDADÃ

Os parlamentares são um espelho da sociedade, são pessoas que se aproveitam da boa-fé alheia, se encastelam no poder e passam a manobrar em benefício próprio. Há muitos políticos em Brasília e poucos estadistas. Há muitos mais espertos, homens que não se acanham em extorquir umas pizzas do dono do boteco que atende as autoridades, e até outro que se sentava à mão do Deus do poder e foi pego por passar dias maravilhosos na casa de uma promoter, pagos pelo povo, é claro.

Não me surpreendem os versos do Bruno. Já esperava dele um grito poético contra a bandalheira, a falta de ética, o levar vantagem em tudo - as leis são apenas para meus adversários - e outros atributos próprios de Macunaíma, o herói sem caráter. Bruno com seus versos dá uma gostosa pancada naqueles que se apropriam do suor de todos e têm uma tal cara-de-pau, que nem cupim é capaz de furar. Por isso é recomendável que você leia esses versos aos poucos, sem pressa, não só para rever melhor as idéias do autor e as ilustrações do Samuca, mas para que não fique tão indignado e adoeça.

Nosso país vai melhorar no dia em que tivermos mais versos sarcásticos nos livros, nas feiras, cantados por repentistas, nos pagodes, nas rodas de samba e de bamba, nos jogos de capoeira, nas modas de viola, nos cateretês e nos bois-bumbá. Dessa forma, a população boa e trabalhadora de Ibirapitanga vai ter contato com as safadezas dos que insistem em manter vivo o Macunaíma.

Viva a indignação!!!!!!!!!!!!

Heródoto Barbeiro é jornalista da CBN e da TV Cultura.

Alguns versos:

A dança da pizza

O plenário da Câmara dos Deputados

Chegou a virar salão de dança.

E entre os parlamentares mais animados

Havia uma, arrotando pizza e balançando a pança...

Enigma

Sanguessuga virou estigma

De deputado corrupto e senador...

E na cabeça do eleitor se criou um enigma:
“Qual deputado em Brasília, uma só vez, não roubou?”

Livro dos recordes

A maior pizzaria do mundo


Funciona no Congresso Nacional.

Onde o forno é mais imundo

Do que lixo de hospital.

Corrupção graúda

A corrupção no Brasil hoje é vista

Pelo mais bem vestido olho nu.

Mas independe do que o olho vista

A corrupção não é piaba... é pirarucu...

Um comentário:

Anônimo disse...

Romenyck Stiffen diz: necessitamos de mais Brunos Bezerras, em nossa cultura, mas lebramos que é necessario não só ver a animação dos versos mas sim sua ideologia. para que possamos refletir não só os nossos parlamentares 52º, mas sim um conjutura politica nacional, estadual e "local".