26 março, 2008

Agenda (quase sempre) desatualizada

Por Léo Alves*

Todo jornalista sabe que precisa ter uma agenda telefônica atualizada. E sempre à mão.

Afinal ninguém sabe a hora que será preciso contactar uma fonte.

Para quem trabalha em produção de tevê é inadmissível não ter uma boa agenda.

É o produtor quem marca pautas, checa informações junto à fonte e apura as notas pés. Tudo por telefone.

O trabalho do produtor tornou-se mais difícil depois da popularização.

Na verdade não sei se a expressão certa é popularização. Refiro-me a facilidade de trocar de número de celular hoje em dia com esses chipes.

As pessoas são atraídas por aquelas promoções: “compre dez reais, ganhe cem”.

Não conto as vezes que liguei para um número (que seria da fonte) e outra pessoa atende.

Aqui na Paraíba tem um prefeito que troca de número todos os meses para não ser incomodado.

E ainda tem o identificador de chamada. Quando a fonte reconhece o número e não quer atender, recusa com um simples toque no teclado.

Esta semana liguei para um prefeito – depois de ter conseguido seu novo número – e ele não atendeu.

Suspeitei que ele não atendia porque se tratava de um número estranho.

Confirmei com um assessor. E tive que mandar uma mensagem informando que queria uma entrevista.

Menos de cinco minutos, o prefeito me ligou de volta.

Nessa época de chipes, de acesso fácil ao celular manter a agenda atualizada é mais um desafio do jornalista.

*Uma das poucas pessoas que mantém o mesmo número de celular há mais de doze anos.

fonte Os Filhos da Pauta

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